Cyber Wars (Guerras Cibernéticas)

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Cyber Wars? Calma! Esta não é uma newsletter sobre ficção científica! Trata-se de uma questão bastante real e que já faz parte do cotidiano de vários países no mundo. Mesmo no Brasil, a questão da “ameaça cibernética” já é uma realidade. Ela é uma questão nova e que foi inserida na agenda da Defesa Nacional através da “Estratégia Nacional de Defesa- END”, instituída através do Decreto N° 6.703, de 18 de dezembro de 2008.

Mas o que significa a “ameaça cibernética”? Na opinião desta newsletter a ameaça cibernética existe porque hoje existe o “Poder Cibernético”. E o Poder Cibernético foi recentemente reconhecido na academia pelo Prof. Joseph S. Nye Jr, Professor da Kennedy School of Government, da Harvard University, nos EUA.

Prof. Nye, autor de livros famosos, tais como “The Paradox o f American Power: Why the World´s only superpower can´t go it alone” (de 2002, traduzido para português como “O Paradoxo do Poder Americano: por que a única superpotência mundial não pode continuar sozinha”);“Soft Power: the means to success in world politics” (de 2004, traduzido como “Poder Brando: os meios para ter sucesso na política mundial”), e mais recentemente “The Future of Power” (de 2011, traduzido como “O Futuro do Poder”), defende, entre diversas coisas, que dois grandes deslocamentos de poder estão ocorrendo neste século: uma transição de poder entre os estados e uma difusão de poder espalhando-se de todos os estados para os atores não estatais.

Nesta difusão de poder ele dá destaque (junto do Poder Militar, do Poder Econômico, e do Poder Brando) ao Poder Cibernético. Segundo ele, o poder baseado em recursos de informação não é novo, mas o poder cibernético é! Ele conceitua o poder cibernético como um conjunto de recursos que se relacionam à criação, ao controle e à comunicação de informações eletrônicas e baseadas em computador – infraestrutura, redes, software, habilidades humanas. Isso inclui não somente a internet dos computadores ligados à rede, mas também intranets, tecnologias de telefonia celular e comunicações via satélite. Definido do ponto de vista comportamental, o poder cibernético é a capacidade para obter resultados preferidos mediante o uso dos recursos de informação eletronicamente conectados do domínio cibernético (estes resultados preferidos podem ser obtidos dentro do espaço cibernético, ou podem ser obtidos em outros domínios fora do espaço cibernético).

Sendo assim, de acordo com esta newsletter, uma ameaça cibernética é uma atividade de “uso de poder cibernético”. E em que medida uma ameaça cibernética pode constituir uma Cyber War (Guerra Cibernética)? Para tanto, esta newsletter recorre ao livro“Cyber War: The Next Threat to National Security and What to Do About It” (Guerra Cibernética: A Próxima Ameaça à Segurança Nacional e o que Fazer a Respeito), do Prof. Richard A. Clarke (também Professor da Kennedy School of Government, da Harvard University), em co-autoria com Robert K. Knake, best-seller publicado em 2010 pela Harper Collins.

Neste livro, o Prof. Clarke define “cyber war” (ou cyberwarfare) “como ações de um estado-nação para penetrar os computadores ou redes de outra nação com o propósito de causar dano ou ruptura”. Já o Secretário Adjunto de Defesa dos EUA, William J. Lynn, afirma (como registrado no livro do Prof. Clarke) que “como uma matéria de doutrina, o Pentágono reconhece o espaço cibernético (cyberspace) como um novo domínio de guerra ... (o qual) se tornou tão crítico para operações militares quanto a terra, o mar, o ar, e o espaço”. É o que a revista The Economist denominou de “o quinto domínio da guerra” ("Cyberwar: War in the Fifth Domain", Economist, July 1, 2010).

O livro Cyber War é uma das mais importantes compilações recentes dos chamados “cyber-attacks” (ataques cibernéticos), ataques digitais que se manifestam (segundo o Prof. Clarke) em geral por: a) falhas no projeto da Internet; b) falhas em dispositivos de hardware e software; e, c) migração para colocação de mais e mais sistemas críticos online (tais como sistemas de fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água, sistemas de informação financeiros e fiscais, etc.).

Sendo assim, compreender porque, como e quais as consequências, o Brasil pode ser passível de uma potencial ameaça de cyber-attacks, que eventualmente levem a um estado de “warfare” (e o que fazer para mitigar), é algo que merece investigação aprofundada. Na medida em que o país se projeta para uma posição de destaque no contexto internacional (com amplas riquezas a proteger, tais como as da Amazônia, as reservas do Pré-Sal, e outras, além de crescentes recursos produzidos pelos próprios brasileiros, como suas infraestruturas, capital físico, financeiro e humano), estudos sobre ameaças cibernéticas começam a ganhar relevância e importância sócio-econômica.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre cyber wars, fique a vontade para nos contatar!

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